Públicozinho

"Onde é que está o Viagra feminino?", questiona-nos o PÚBLICO na primeira página. Sim, onde está o Viagra feminino. No dia em que passam dez anos sobre o lançamento da pílula azul, o jornal de JMF mostra que é "muito à frente" e reflecte sobre a ausência da pílula rosa (não, não estou a meter-me com os socialistas).
Sem dúvida palpitante este tema da medicalização da sexualidade feminina. Até porque o P aborda na passada (ou será pernada?) outras questões prementes. "Masturbação: sózinha ou acompanhada"? "Orgasmo vaginal, o grande mito". "Sexo oral: como fazer?". "Sexo anal, o maior tabu". Mas há mais: "O que fazer quando a mulher não gosta do sabor do pénis do namorado?" Sim, o que fazer? Pois é preciso saber "se isso acontece por este [o pénis, não o namorado] não estar limpo ou cheirar a urina". Hum... "E será que todas as mulheres gostam que lhes apalpem as mamas? Ou ainda: será normal que a vagina faça barulhos durante o sexo"?
Não sei que vos diga. São tudo questões graves. Já dizia conselheiro Gama Torres: "Ele há muitas questões! Questões terríveis: o pauperismo, a prostituição! São grandes questões! Questões terríveis!"
Espero ansiosamente pelo editorial da revista Maria...desculpem, do jornal PÚBLICO. JMF vai explicar-nos tudo direitinho, nem que precise de recorrer à pílula azul para singrar firme e hirto em águas tão revoltas. Entretanto eu vou googlar as palavras "miniclister", "annalingus" e "auto-masturbação" (será masturbação dentro de um veículo automóvel?). Não quero, definitivamente, ter de comprar um GPS para encontrar o ponto G .